Pesquisadores da UFRN desenvolvem tecnologia mais rápida para tratamento de picadas

Com o tempo chuvoso, redobram-se os cuidados para evitar acidentes com animais peçonhentos, como serpentes e escorpiões, animais cuja picada injeta veneno que produz nas vítimas não só efeitos locais, que incluem dor, edema, hemorragia local e até necrose, como também efeitos sistêmicos, que incluem choque, distúrbios na coagulação sanguínea, alterações cardiovasculares e hematúria.

Cientista com larga atuação na área, Matheus de Freitas Fernandes Pedrosa explica que a principal forma de combate é o soro antiveneno, amplamente disseminado na prática médica. Contudo, por sua natureza, o produto apresenta algumas limitações, tais como incapacidade de reverter efeitos locais, eficiência somente até determinado tempo após a picada, risco de reações imunológicas, difícil armazenamento e custo elevado. Pensando nisso, o cientista coordenou uma pesquisa que resultou em uma alternativa terapêutica para o tratamento de envenenamentos por animais peçonhentos.

“Sabemos de limitações do soro antiofídico quanto aos efeitos no local da picada, o que é um fato preocupante, uma vez que a falta de controle da progressão dos efeitos locais descritos pode resultar em sequelas permanentes, incluindo até amputações. Por causa disso, investimos esforços no desenvolvimento de formulações semissólidas – géis – com o objetivo de aplicar o produto diretamente no local da picada – o que acreditamos poder ser uma alternativa mais acessível e rápida de tratamento antiofídico que poderia, por exemplo, servir para que o paciente ganhe tempo até chegar ao centro de referência mais próximo – ou após a soroterapia como um complemento, para diminuir o risco de sequelas”, explicou o professor do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

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